segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Que papel você quer viver??

O mundo, desde o Big Bang, nunca interrompeu seu movimento. É um fluxo contínuo de expansão e retração. Não há nada parado no universo. Assim também é conosco. Não podemos ficar estagnados em uma situação, uma idéia ou um método, senão corremos o risco de sermos atropelados pelo movimento da mudança.

Num mundo em constante tranformação, ou você está indo em frente, ou está ficando para trás. Mesmo que seja nosso desejo, não é possível ficar parado no mesmo lugar. Imagine uma pessoa na estação de um trem que parte para o futuro. A pessoa que ficou parada na estação sente que está no mesmo lugar. Entretanto, as pessoas que embarcaram no trem vêem que a pessoa ficou para trás. Então, você embarca no trem ou fica para trás. Se você não avança em sua rotina – não se aperfeiçoa, não estuda, não muda hábitos –, até pode imaginar que está se mantendo numa situação. Mas se existe alguém, em algum lugar, que esteja se desenvolvendo, essa pessoa será a referência e vai deixá-lo para trás.

Não há como escapar da mudança, ela está em toda parte, dentro e fora de nós. E, apesar dos nossos esforços, só há dois papéis a ser exercidos: o de agente ou o de vítima. Como agente de mudança, você tem a responsabilidade de aprender a lidar com o novo, enfrentar desafios, elaborar as soluções. O agente de mudança não tem respostas prontas, mas não se intimida nem esmorece para encontrá-las. Agir, arriscar, errar, recomeçar, esses são os verbos dos que buscam seu espaço num mundo em movimento. Em compensação, é o agente de mudança que aproveita a jornada, percebe as oportunidades e cria a própria realidade.

Como dá muito trabalho, algumas vezes nos acomodamos no papel de vítima da mudança. Passamos a responsabilidade dos resultados da nossa vida para as mãos de outros e encontramos culpados para tudo o que não alcançamos. O governo, a família, a escola, a sociedade, enfim, tudo serve de justificativa para os sonhos não realizados. Encontramos vilões para projetar as angústias, os desalentos e as frustrações.

É tão fácil ser vítima quanto agente, é apenas uma questão de decisão. Evidente que há fatos que atropelam nossa existência, porém, como afirmava Sócrates: “A realidade não é formada por fatos e sim por crenças”. E o que é uma crença? É a versão que se dá aos fatos. Não o fato em si, mas a forma como reagimos a ele. Ao termos essa percepção, assumimos uma nova posição no mundo. Na medida em que atuamos na mudança da nossa visão de realidade, estamos escrevendo uma história diferente para a própria existência. E refletir que história estamos escrevendo é muito útil. Sentir-se autor da própria vida transfere o poder do externo (governo, família, empresa) para o interno. O indivíduo passa a ser um agente eficaz das mudanças do seu dia-a-dia.

É, seguramente, muito mais fácil, frente a algumas situações aparentemente injustas – baixos salários, discriminação, debilidade física, ou até um simples semáforo fechado – , recolhermo-nos em nossa posição de vítimas e considerarmos que o mundo se volta contra nós. Mas não importa quais sejam as situações que se apresentem, você é capaz de encontrar uma solução. Há sempre uma resposta pronta em nós para todos os desafios que vivemos hoje. O que precisamos é buscá-la com afinco, coragem e perseverança.

Quando pensamos em problemas vividos e superados no passado, damo-nos conta de que, naquele momento, o problema parecia maior do que nós mesmos. Olhando em retrospectiva, podemos perceber que, ao superar a situação, passamos a colocar o problema em sua verdadeira dimensão: um estágio para um novo patamar de vida, em que nos tornamos mais fortes, confiantes e capazes. E esse é o objetivo dos problemas, empurrar-nos para o progresso. Então, quando você tiver de encarar um problema, pergunte-se: o que eu preciso aprender com isso? Na resposta estará sua maior oportunidade de vida.


Dulce Magalhães é doutoranda em
Planejamento de Carreira pela
Universidade de Columbia e sócia da
Work Educação Empresarial




Copeiado da revista amanha

Nenhum comentário: