Recebo dezenas de e-mails me oferecendo aumento de pênis. Prometem um incremento de 2,5 a 3 cm. Não entendo porque me mandam estas mensagens. Aposto que vocês estão pensando que minha próxima frase será a habitual confissão masculina: “Sou um cara extremamente bem dotado, dispenso mais 3 cm, coisa para pigmeus ou japoneses”, etc. Não, isto seria propaganda enganosa e não sou adepto das típicas bravatas masculinas, aquelas que garantem, normalmente em ambientes livres de quem já viu, dimensões e freqüências extraordinárias. Acho que sou um ser normal, médio. Minhas proporções nunca receberam aplausos entusiasmados, tampouco vaias ou — pior, muito pior — risadas.
Conversei com um amigo (notem a exatidão das informações aqui veiculadas) que me disse que o tal upgrade é o seguinte: cortam um tendão do homem de forma que, quando presa de ereção, nosso pênis possa sair mais um pouquinho para ver o mundo lá fora. Mas nem tudo são centímetros… Há um porém (ahhh, porém). Em seus momentos, digamos, mais intensos, ele no máximo ficará em posição horizontal. Então, em vez de apontar para os céus em busca de Deus e Redenção, nosso dito cujo apontaria realista e ameaçadoramente para o porvir. Não seria uma elevação, mas sim uma espécie de alongamento horizontal. Talvez só o dono do pênis venha a pensar que houve incremento. Não há vantagem pois, a não ser que o usuário realmente deteste aquelas convulsivas cabeçadas que às vezes levamos na barriga em momentos de maior bulício.
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Preciso voltar a correr. Estou pesado. Lembro que, ano passado, num domingo, acordei às 6h da madrugada a fim de participar da Rústica associada à Maratona de Porto Alegre. Quando cheguei ao local do evento às 6h45, era noite fechada. Pensei que haveria poucos loucos disponíveis para fazer o mesmo. Engano! Havia 2500 malucos por lá.
Correr é perseguir bundas. Imaginem que maravilhoso campo de observação é uma corrida dessas! Há de todos os tamanhos e gêneros, porém as que me interessam são as de um grupo de mais ou menos 33% dos corredores: as mulheres. Algumas são pequenas, bonitas e velozes, somem na paisagem; há as lentas, que são de todos os tamanhos e se aproximam e desaparecem rapidamente do campo de visão; há as estáveis, que ficam algum tempo por perto, oferecendo-se à observação. Outra coisa interessante é que se nota não apenas o formato, mas sua consistência. Não, não dá para tocar, mas com o movimento, podemos facilmente imaginar como o traseiro analisado saberia às nossas mãos.
A que conclusão chego? Primeiramente, uma obviedade: as bundas das corredoras têm bom formato e há para todos os gostos. Porém (ahhh, porém), o mais importante é baixar um pouco os olhos e asseverar o seguinte a todas as minhas amigas: não importa o grau de malhação, a celulite ataca as coxas das corredoras na mesma proporção que ataca as sedentárias. Claro que, nas últimas, a quantidade é maior, mas não pensem que correr torna a mulher livre disso. Melhor relaxar.
Dando por encerrado este Momento Ana Maria Braga, despeço-me.
Copeiado do Milton Ribeiro
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