Nos últimos dois meses, os moradores de Marcelino Ramos, no norte gaúcho, convivem com estranhos barulhos que ecoam entre os morros que recortam à paisagem da região. Debruçada sobre o Rio Uruguai, a cidade vive dias de dúvidas e medo por causa dos misteriosos sons que rompem o sossego da comunidade.
Na noite de quarta-feira, a costureira Eni Catarina Zeni, 58 anos, terminava a limpeza da cozinha quando ouviu um estrondo que parecia a queda de um imenso móvel no chão. Por causa do som seco e estridente, o volume da TV sumiu. O susto foi tanto que a costureira chegou a correr para a sacada dos fundos de sua moradia – de onde pode se avistar o Rio Uruguai – para ver se alguma coisa não havia acontecido.
–Parecia que algo muito grande estava caindo no chão. Claro que todo mundo da vizinhança que ouviu ficou preocupado que uma situação mais grave acontecesse. Um terremoto, sei lá – contou Eni.
Assim como a costureira, outras pessoas relatam o mesmo fato em bares, padarias e praças de Marcelino Ramos. Eles contam que os estrondos não tem hora para acontecer. A cabeleireira Janete Ferreira, 36 anos, é uma das mais impressionadas. Na quarta, o barulho a deixou acordada por pelo menos duas horas. Mas o pior, segundo Janete, foi a madrugada do dia 30 de abril.
–Era um barulho contínuo. Era como se algo estivesse vindo, desmoronando. É um estouro que vem do chão, dos nossos pés –diz.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário